Vigilantes Do Brasil

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Candidato acusa vigilantes de milícia e coligação diz que Camilo é mentiroso

sequência de protestos realizada pelos vigilantes da empresa LMS, e os tumultos ocorridos na noite de terça-feira, envolvendo o governador Camilo Capiberibe (PSB), ganhou ontem as redes sociais, as ruas e ainda criou um clima áspero entre ambos os candidatos que concorrem ao governo do Estado.

Desde a manhã de segunda-feira, os vigilantes fazem protestos cobrando salários atrasados. Segundo o vigilante Labor Sousa, os meses de agosto e setembro estão atrasados. “Já estamos quase na primeira quinzena de Outubro e não nos dão ao menos uma resposta de quando vamos receber. Os pais de família que saem de suas residências para irem ao trabalho, arriscando suas vidas, precisam de seus salários em dia para garantir o sustento dos seus”, disse Labor, indignado.

Ao todo são 1.100 vigilantes da empresa LMS que são responsáveis pela segurança nas escolas públicas estaduais.  O salário base do vigilante é de R$ 1225, mas sua renda é um pouco maior devido às vantagens incorporadas. “Além de não recebermos em dia, ainda temos a repressão de órgãos de segurança em nossos postos de vigilância, querendo nos tirar do nosso trabalho, como todo mundo já viu”, lembrou Sousa do episódio ocorrido em setembro deste ano, em que vários vigilantes foram expulsos de seus postos devido a uma ordem judicial, resultado de uma ação ingressada pelo Estado.

O protesto ocorrido na manhã de segunda-feira não foi suficiente para extravasar a revolta dos vigilantes. Na noite da última terça-feira, os trabalhadores prometeram perseguir o governador Camilo Capiberibe (PSB), até que o governo desse uma posição sobre o pagamento. E cumpriram o que prometeram. Diante da informação de que o candidato a reeleição Camilo iria estar na TV Amapá concedendo entrevista, os mesmos foram para frente da emissora e causaram um grande tumulto que só foi controlado com a chegada da Polícia Militar. “Nós tentamos por várias vezes diálogo com o governo mas não fomos recebidos. Somos pais de família e precisamos do nosso salário”, disse um dos vigilantes.

Tumulto ainda maior
Diante do tumulto formado em frente à emissora, o governador Camilo precisou sair do prédio da emissora em um carro descaracterizado. O novo destino era o Centro Diocesano onde aconteceria às 19h30 um diálogo com os candidatos ao governo. O local também virou palco de confronto entre a segurança governamental e os vigilantes. Alguns chegaram a ser atropelados. Outro revoltado, conseguiu quebrar o vidro do veículo em que o candidato estava.

Camilo fala de milícia
Em sua página no Facebook, Camilo Capiberibe tratou os trabalhadores como “milícia”. “Uma milícia que tentou impedir o meu direito de candidato de participar daquela sabatina. Fui agredido com violência e o carro no qual eu estava teve o seu vidro traseiro estourado. Tanto nos estúdios da TV Amapá quanto no centro diocesano não eram vigilantes fazendo uma reivindicação legítima mas milicianos ferindo a democracia. Estou registrando boletim de ocorrência, comunicando o presidente do TRE, o superintendente da Polícia Federal e o Ministro da Justiça”, disse.

Declarações mentirosas
Ontem, a Coligação A Força do Povo, que tem Waldez Góes como candidato ao governo, disparou uma nota de repúdio para a imprensa local. Diz a nota que “em virtude das declarações inverídicas do candidato Camilo Capiberibe sobre as últimas manifestações da população, a coligação vem a público esclarecer que é falsa, leviana e mentirosa a declaração do candidato que atribui a militantes dos partidos que formam esta coligação a responsabilidade pelos incidentes ocorridos na noite de terça-feira, 14, após o Diálogo entre os Candidatos ao Governo do Estado, promovido pela Diocese de Macapá. É público e notório que o governador e candidato foi recebido com protestos na sede da emissora TV Amapá, onde concedeu entrevista, poucos momentos antes de se dirigir para o referido Diálogo na Diocese. De acordo com posicionamento público em Nota do próprio Sindicato dos Vigilantes, a agressão foi encabeçada por vigilantes com salários atrasados que prestam serviço ao Governo do Estado e também de trabalhadores das Unidades Descentralizadas de Educação, os quais se encontram na mesma situação. Como ato contínuo os trabalhadores também se dirigiram ao Centro Diocesano do Amapá, local onde ocorria o Diálogo do governamentáveis com a comunidade católica, onde protestaram e se envolveram em confronto com a polícia e seguranças do atual governador”, diz parte do documento.

A nota da coligação disse ainda que “defende o equilíbrio como fundamento do processo democrático, assim como condena qualquer tipo de violência, seja ela do aparelho de repressão do Estado ou de manifestantes de qualquer categoria a  candidatos, mas repudia veementemente a tentativa do atual governador e candidato do PSB de associar o episódio aos militantes do PDT ou de partidos coligados. A notória impopularidade do atual governante, que culminaram nos fatos,  não lhe confere o direito de deturpar os acontecimentos como forma de escamotear a verdade e nem tampouco jogar os problemas da gestão do governo estadual ou de sua campanha eleitoral, a quem não tem nenhuma relação com eles”, finaliza.


Ontem pela manhã, os vigilantes voltaram a protestar, só que dessa vez, em frente ao Palácio do Governo. Novamente não foram atendidos.
Matéria Jornal do Dia.

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